- Construção
Os
conceitos de masculinidade e feminilidade são construções sociais,
com base em relações de gênero, que se definem mutuamente por
oposição. Quando se pensa em masculinidade atribuímos ao conceito
a adoção de comportamentos agressivos/dominantes, de risco e de
negligência e/ou falta de informação sobre autocuidado e cuidado
alheio. Foi construído sóciohistoricamente que a masculinidade
hegemônica carrega em si representações de força, assertividade,
a não vulnerabilidade associada a crença de imunidade total,
descontrole emocional e sexual, entre outras coisas. Moldada pela
cultura esses padrões normativos são introduzidos e reafirmados em
todas as relações sociais possíveis, da educação parental até
as representações midiáticas, em todos o momento da vida. Um
complexo de determinações e características culturais, familiares,
grupais e individuais internalizadas ao longo da história do
sujeito. Fazendo com que, desde a infância, o homem tenha provar
incessantemente sua masculinidade à sociedade. Masculinidade
hegemônica, em resumo, se trata de uma relação de dominação,
práticas, técnicas e mecanismos para perpetuar a ideia de poderio
sobre o outro através de constantes intimidações vigentes na
sociedade. A essa masculinidade atribuímos o adjetivo “tóxica”,
pois acaba por construir homens incompletos, fechados, inseguros e
potencialmente agressores.
Os mecanismos de conduta, a forma mais honrada de ser homem, são o pilar moral desse processo civilizatório em que se cria um modelo de masculino ideal impossível de ser alcançado baseado em quatro eixos: talentos esportivos; o sucesso financeiro; vida sexualmente ativa e rejeição a tudo que é feminino. Todos os homens se tornam vigias constantes da sua própria masculinidade e são vigiados por todas as instâncias da sociedade.
Mecanismos de repressão são utilizados quando qualquer homem foge das normas de masculinidade e se assemelha com o feminino tal comportamento deve ser reprimido e corrigido através da violência moral “aprenda a ser homem”, violência verbal “mulherzinha, bicha, viado” e violência física “agressão, estupro, assassinato” na tentativa de uma rejeição completa da feminilidade. Os aparatos são de censura e invisibilização. A censura se dá desde o direcionamento restrito de gênero para atividades infantis até a criminalização da homossexualidade. A invisibilização funciona removendo a forma da masculinidade dominante e sua ideologia da possibilidade de censura e do “corporativismo masculino” que é os homens sempre defenderem e legitimarem a própria classe de homens na qual se identifica.
Os mecanismos de conduta, a forma mais honrada de ser homem, são o pilar moral desse processo civilizatório em que se cria um modelo de masculino ideal impossível de ser alcançado baseado em quatro eixos: talentos esportivos; o sucesso financeiro; vida sexualmente ativa e rejeição a tudo que é feminino. Todos os homens se tornam vigias constantes da sua própria masculinidade e são vigiados por todas as instâncias da sociedade.
Mecanismos de repressão são utilizados quando qualquer homem foge das normas de masculinidade e se assemelha com o feminino tal comportamento deve ser reprimido e corrigido através da violência moral “aprenda a ser homem”, violência verbal “mulherzinha, bicha, viado” e violência física “agressão, estupro, assassinato” na tentativa de uma rejeição completa da feminilidade. Os aparatos são de censura e invisibilização. A censura se dá desde o direcionamento restrito de gênero para atividades infantis até a criminalização da homossexualidade. A invisibilização funciona removendo a forma da masculinidade dominante e sua ideologia da possibilidade de censura e do “corporativismo masculino” que é os homens sempre defenderem e legitimarem a própria classe de homens na qual se identifica.
A
masculinidade tóxica cria o machismo se desenvolve entrelaçando uma
noção nociva do que é ser homem com a ideia da misoginia. Essa
construção perniciosa do que é ser homem mascara a enorme
dificuldade e complexidade do processo de formação da vida e
personalidade dos sujeitos.
Em relação a saúde, a negligência para com a saúde está relacionada com ideia de que o autocuidado é naturalizado como uma característica feminina. A busca por atendimento de saúde seria uma expressão de fragilidade em sua identidade masculina. O medo da exposição do corpo a um profissional de saúde possa evidenciar alguma fraqueza seja ela natural ou patológica. Tudo aquilo que posso encerrar o mito da invulnerabilidade masculina se torna impensável ou passivo de protelação afim de manter a imagem de coragem e imunidade. Tornando a população masculina mais vulnerável a mortalidade por causas externas e morbidade por incapacitação derivados de agravos não letais. “... as influências dos sentidos mais fortemente associados aos modelos de masculinidade e feminilidade que impõem desafios para o campo das políticas públicas de saúde, já que a masculinidade hegemônica, como o modelo de masculinidade que costuma emergir das relações hétero e homossexuais, define e orienta um certo agir sexual/social dos indivíduos; agir este que influencia o desenvolvimento de quadros mais ou menos graves nos índices de morbimortalidade e agravos na população de homens e, por justaposição, na de mulheres” (Lopez e Moreira, 2013).
O homem se torna indiferenciado do corpo social devido ao poder normalizador da masculinidade e por ocupar frequentemente por espaços de poder, liderança e posições de hierarquia não tem suas vulnerabilidades e especificidades reconhecidas. “É a partir do homem, socialmente colocado como norma, que se reconhece a diferença do(s) outro(s) e, a partir dele, se estabelecem os referenciais para o debate em relação a programas específicos a outros segmentos da população.”(Lopez e Moreira, 2013) Toda essa perspectiva e mecanismo machista reforça a ideia de a quase não necessidade do homem cuidar de sua saúde, que não demanda serviços especiais e profissionalmente diferenciados de atendimento. O que tem como consequência a busca por atendimento médico quando há alto riscos e agravos mais difíceis e dispendiosos fruto de desleixo com lesões, ferimentos e sintomas.
Em relação a saúde, a negligência para com a saúde está relacionada com ideia de que o autocuidado é naturalizado como uma característica feminina. A busca por atendimento de saúde seria uma expressão de fragilidade em sua identidade masculina. O medo da exposição do corpo a um profissional de saúde possa evidenciar alguma fraqueza seja ela natural ou patológica. Tudo aquilo que posso encerrar o mito da invulnerabilidade masculina se torna impensável ou passivo de protelação afim de manter a imagem de coragem e imunidade. Tornando a população masculina mais vulnerável a mortalidade por causas externas e morbidade por incapacitação derivados de agravos não letais. “... as influências dos sentidos mais fortemente associados aos modelos de masculinidade e feminilidade que impõem desafios para o campo das políticas públicas de saúde, já que a masculinidade hegemônica, como o modelo de masculinidade que costuma emergir das relações hétero e homossexuais, define e orienta um certo agir sexual/social dos indivíduos; agir este que influencia o desenvolvimento de quadros mais ou menos graves nos índices de morbimortalidade e agravos na população de homens e, por justaposição, na de mulheres” (Lopez e Moreira, 2013).
O homem se torna indiferenciado do corpo social devido ao poder normalizador da masculinidade e por ocupar frequentemente por espaços de poder, liderança e posições de hierarquia não tem suas vulnerabilidades e especificidades reconhecidas. “É a partir do homem, socialmente colocado como norma, que se reconhece a diferença do(s) outro(s) e, a partir dele, se estabelecem os referenciais para o debate em relação a programas específicos a outros segmentos da população.”(Lopez e Moreira, 2013) Toda essa perspectiva e mecanismo machista reforça a ideia de a quase não necessidade do homem cuidar de sua saúde, que não demanda serviços especiais e profissionalmente diferenciados de atendimento. O que tem como consequência a busca por atendimento médico quando há alto riscos e agravos mais difíceis e dispendiosos fruto de desleixo com lesões, ferimentos e sintomas.
- Em relação às representações midiáticas
As
representações midiáticas masculinas podem começar pela
representação dos atletas masculinos como modelo ideal e
“realístico” de sucesso. Os talentos esportivos nessa lógica de
masculinidade tóxica são uma propensão maior a dominação, ser o
homem terá maiores de condições de dominar outros homens. Os
esportes de contato de confronto são exemplos máximos de
masculinidade e funcionam como uma renovação contínua deste
símbolo e da propagação da ideia dominação do time adversário,
de se colocar acima dos outros homens, provar uma masculinidade
superior resistindo e superando a qualquer dano emocional e físico a
fim de um chegar a um objetivo maior. Há uma interconexão entre o
esportes agressivos e o imaginário de guerra e conquista na questão
da subjugação do alheio. E nos filmes e jogos o modelo ideal de
sucesso se repete só que de maneira “ficcional” logo mais
agressiva já que não tem compromisso com a realidade, mostrando o
exemplo de homem como um ser necessariamente brutais,
forte/musculoso, irracional, insensíveis/apáticos, ofensivos que
resolvem a maioria dos seus problemas na base da violência. Isso
forma e perpetua no imaginário dos homens que masculinidade é
intrinsecamente relacionada com a brutalidade dos homens para com
sociedade.
- Em relação a mulheres
As
relações da masculinidade com as mulheres é ambígua e
contraditória. Ao mesmo tempo que é incentivado ao homem ter um
comportamento predatório para com as mulheres, considerando a
relações interpessoais como um jogo de poder e dominação ao mesmo
tempo rejeita reativamente todo e qualquer traço de feminilidade. É
evidenciado que as relações de gênero tidas dentro desse modelo de
masculinidade são pautadas na desigualdade, na objetificação da
mulher portanto sua dominação. Tal qual a masculinidade leva
consigo um conjunto de práticas para a legitimar a subordinação
das mulheres que são pautadas em alguns eixos: a)negação da
feminilidade e expurgo da personalidade masculina seus traços,
b)desumanização da mulher, c)fé na superioridade masculina e
d)legitimação ideológica da submissão global das mulheres aos
homens. Essas ideias originam a misoginia que tem consequências
drásticas para população feminina. O desrespeito, o assédio, a
desvalorização, a violência são algumas das consequências de uma
cultura que propaga e incentiva cotidianamente o predomínio machista
das relações interpessoais desde a infância até a vida adulta. Em
virtude disso surge a cultura do estupro e violência contra a mulher
que muitas vezes culpabiliza as mulheres vítimas de assédios,
estupros e assassinatos.
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